Assim como o Gabriel “O Pensador” teve um exemplo de professor, que no caso foi sua avó, eu passei pela mesma experiência. Meu professor da sétima série, Sr. Ismael, ainda recordo seu nome, lia e transmitia os textos em suas aulas com tanta paixão que aquilo, aos meus olhos, parecia uma história real e eu desejava conhecê-las. Rubem Alves, falando dessa apropriação do autor e de sua obra, cita algo que chamou minha atenção, ele diz que ele é o que é pelos livros que devorou. Sinto-me igualmente faminta pelos livros que leio e sempre tenho a sensação de ter um laço com aquele escritor, como se agora ele fizesse parte de mim e eu dele.Outra citação que achei tão próxima da minha experiência foi a de Danuza Leão que diz não saber explicar os livros que leu e a razão pela qual os leu. Penso que acontece uma certa escolha inconsciente de cada um de nós pelos mesmos tipos de livros, seguindo um padrão que só nosso cérebro conhece, e que seríamos incapazes de explicar (eu pelo menos não o seria) que gera essa escolha. Consigo entender o prazer que sinto na leitura, mas não consigo explicar o grau de concentração que consigo atingir com certas leituras, pois, para mim, a barreira do imaginário e do real é transposta sem que eu perceba e me sinto realmente vivendo e devorando (segundo Rubem Alves) um pouco daquele escritor e seu mundo.
Rosana Vieira Ladislau Gentil
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